Entre os responsáveis pelo
aquecimento global estão o sistema de climatização e o de refrigeração. Inicialmente pelo consumo de energia: estima-se que
10-20%
da energia consumida pelos países desenvolvidos esteja relacionado ao
setor. Essa energia obtida é através de processos termoelétricos,
correspondentes a
queima de carvão. Adicionando o vazamento dos fluidos refrigerantes, responsáveis pelo funcionamento dos aparelhos, como os
HCFC’s e CFC’s, temos um dos principais agentes causadores do efeito estufa.
Assim uma nova medida que vem sendo analisada é o uso de refrigerantes naturais. Sendo mais adequados ao desenvolvimento
tecnológico sustentável
que se busca atualmente, esses fluidos causam menores impactos ao meio
ambiente e podem servir de soluções para diversas aplicações no setor de
refrigeração.
Entre estas substâncias, está o dióxido de carbono (CO2), também conhecido como R-744,
necessário para a vida na terra e que pode vir a substituir os gases
como o CFC e o HCFC, que danificam a camada de ozônio. A tecnologia
está sendo utilizada na Europa e em países emergentes, como o Brasil,
onde é aplicada na refrigeração de supermercados e futuramente pode
chegar aos nossos aparelhos de ar condicionado.
Vantagens na utilização do R744

Segundo as normas vigentes, responsáveis por determinar os impactos dos refrigerantes no meio ambiente, o CO2 é considerado um
refrigerante A.
Ou seja: o gás tem menor potencial de destruição da camada de ozônio
que os outros e reduz o consumo de energia elétrica. Além disso, ele não
é inflamável e possui concentrações moderadas de substâncias tóxicas.
Por estar presente na atmosfera, o CO2 está disponível em todo o planeta em grande quantidade, os custos
para se adquiri-lo são baixíssimos. Desta maneira, os valores iniciais
de instalação e aplicação da carga diminuem. Com o uso desta substância,
também é possível economizar durante a operação e manutenção das
máquinas, pois o sistema oferece baixa incidência de vazamentos
e falhas. Outro fator importante é quanto a alta capacidade volumétrica
de refrigeração, que se for comparada a outros refrigerantes (como o R22), pode ser de 5 a 8 vezes maiores, dependendo das condições de aplicação.
Aplicando o CO2

Hoje existem duas linhas de pesquisas da aplicação do CO2: uma se baseia nos chamados
ciclos transcriticos, ligados ao ar-condicionado automotivo e refrigeração, como a utilizada em redes de supermercado. A outra é referente ao
ciclo cascata,
que consiste na combinação de dois ciclos de simples estágio, em que um
fluido refrigerante com baixa pressão e o CO2 trabalham juntos. Ele
também pode ser utilizado em bombas de calor para aquecimento de água
residencial.
Quanto ao ar-condicionado
Atualmente pesquisas vêm sendo realizadas para que se possa ser utilizado no sistema de climatização residencial. Porém, como o R-744 requer maior pressão, seria necessária uma adaptação por parte dos fabricantes, para que as máquinas suportassem tais condições.
História
A utilização do uso do CO2 em sistemas de refrigeração é mais antiga que
se imagina: em meados de 1850 já eram realizadas experiências para
possibilitar o uso do gás como refrigerante.
A primeira máquina a utilizá-lo surgiu em 1867, criada por Thaddeus
Lowe, utilizada para criação de gelo. Aos tempos passou-se a notar que o
fluido era seguro o
suficiente para ser usado, desenvolvendo-se mais e mais máquinas com o
mesmo. O período em que mais se produziu foi entre a década de 1920 e
1930, sendo muito aplicado em navios.
Porém, com o surgimento de refrigerantes halogenados
(como o CFC-12), a aplicação do CO2 acabou diminuindo. Isso se deve ao
fato desses fluídos apresentarem como característica principal a
estabilidade química, sendo consequentemente seguros, enquanto o CO2
possuía rápida perda de capacidade e aumento da pressão à elevação de
temperatura.
Na década de 90, quando foi constatado o potencial de destruição do ozônio (PDO) e do aquecimento global
(GWP) em relação aos fluidos refrigerantes, o CO2 voltou a ser pauta.
Neste momento, foram constatados os danos causados pelo
clorofluorcarbonos (CFC’s) e hidrofluorcabono (HCFC’s). Por isso, o Protocolo de Kyoto
declarou que eles fazem parte das emissões que devem ser reduzidas.
Desde então, o debate sobre o uso de CO2 no setor de refrigeração voltou
à tona.
Fonte Portal WebArCondicionado.